
Relato do antropólogo
Lembro de uma tarde ensolarada, signo de distinção com outras tardes cinzas ou chuvosas daquela mesma semana, talvez por isso a impressão de ser uma tarde comum. Então começamos a andar, separados e em bando, pelas pequenas paisagens que se formavam pelas telas dos nossos aparelhos fotográficos. Como percebemos ao final, as imagens foram as grandes responsáveis por ditar o ritmo do nosso passo. Algumas delas passavam rápido, duravam um instante, ou até menos que isso, como se quisessem fugir do nosso olhar. Outras eram devagar, faziam hora, paravam para conversar com a gente. Entre cada tipo tinha ainda suas variações, à exemplo das fugazes ou intrépidas, para não falar das debochadas ou desdenhosas. Mas cada uma delas estava igualmente lá, nas pausas e respiros de uma tarde.
Paris, France, Fevereiro de 2025.